Pipo nasceu de um grande amor entre um sapo imigrante e uma fêmea do pântano.
Desde pequeno que Pipo não se sentia integrado entre os seus amigos. Pipo acreditava ter o potencial para ser um exemplo a seguir na sua comunidade, no entanto não se sabia expressar e, para piorar, era gordo e desajeitado.
Certo dia Pipo viu um mocho orador e disse à sua família que era essa a profissão que queria seguir.
O pai disse-lhe que isso não seria possível, pois ele era proveniente de um imigrante e de uma mera campónia. Para além disso, os mochos poderiam ser oradores devido à sua cultura e à postura e elegância que tinham perante as audiências. O Pipo era só um sapo gordo e desajeitado.
Triste, Pipo sabia que possuía as capacidades para ser orador, mas nunca o seria se continuasse estagnado na sua comunidade.
Certo dia, ambicionando uma vida melhor, Pipo abandonou a sua aldeia e emigrou.
Encontrou um circo de Pulgas e pediu para se juntar a eles. O sapo começou assim a fazer espetáculos de proclamação de poesia pelas várias aldeias e cidades durante dois anos.
Ao longo desses anos o Pipo leu muito e proclamou belos poemas, tornando-se assim o orador que tanto desejara.
No Circo de Pulgas havia uma em particular que ajudou o Pipo- o seu nome era Tiara e era a trapezista do circo.
Tiara tinha de possuir uma grande elegância nas suas performances de forma a cativar o publico e por isso ajudou o sapo, outrora desajeitado, a ter presença frente à plateia.
Pipo tornou-se assim, num orador cativante e com um percurso profissional de fazer inveja a muitos dos seus semelhantes.
Ao fim da sua jornada no circo, o jovem sapo achou que já estava na altura de regressar a casa e fez-se à estrada.
Chegando à sua aldeia Pipo viu que estava tudo igual e que os seus amigos de infância eram simples agricultores.
Nada mudara na sua comunidade, que apenas tinha envelhecido naqueles últimos anos.
Pipo propôs ao ancião da sua aldeia a realização de uma palestra sobre a evolução dos sapos.
E foi então que Pipo se apresentou formalmente à sua aldeia enquanto orador. Porém o inesperado aconteceu: Pipo ficou sem voz, não conseguia falar e estava com o estômago às voltas. O que fazer? Como recuperaria a sua voz? Iria decerto passar uma vergonha perante todos. Então o sapo decidiu que não iria fraquejar perante o desafio, talvez mais importante da sua vida. Pipo olhou para o publico, respirou profundamente e imaginando a sala com apenas pulgas, iniciou o seu discurso.
No final foi aplaudido pelos seus semelhantes e elogiado por todos. O ancião da aldeia então disse-lhe: “-Pipo tu és grande! Grande não pelo teu físico, mas sim porque nos conseguiste fazer ver o grande sapo que sempre soubemos que eras. Não dependia da aldeia te dizer que serias capaz para ser orador, e tu não chegarias a este estado se não percorresses o caminho que percorreste, por isso nunca te limites ao que te dizem que terias de ser, mas sim ao que sabes que és, mas que depende de uma jornada. Vai e cresce como ser, e continuarás GRANDE!”
Espero que esta história vos inspire…
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